Georges Méliés e Thomas Alva Edison
Um dos mais importantes pioneiros do cinema, Georges Meliés estava na primeira fila do Grand Café, em Paris, para assistir a primeira apresentação pública do cinematógrafo dos irmãos Lumière, em 28 de dezembro de 1895. Ele era um mágico bem sucedido e dono do Teatro Robert-Houdin. Em fevereiro comprou uma câmera de cinema. Mas foi desencorajado pelos irmãos Lumière. Disseram-lhe que o cinematógrafo não teria futuro como espetáculo. Era instrumento mais indicado a pesquisas. Que a novidade seria de interesse efêmero, logo cansaria. Três meses depois Meliés fazia seus próprios filmes. Foi um dos cineastas mais criativos, pois ele tinha referências além da sua experiência como ilusionista. O seu trabalho no teatro contribuiu para o desenvolvimento de técnicas e a criação de cenas separadas, depois editadas. Costumava usar desenhos para produzir e projetar as cenas. Fotógrafo, ator, diretor, produtor, é considerado por muitos pesquisadores o pai da arte do cinema por utilizar nos seus trabalhos figurinos e maquiagens nos primeiros filmes de ficção. Até então eram filmadas cenas do cotidiano das famílias e das cidades.
O Mágico, 1898
Empregou com sucesso o uso de maquetes e truques óticos que são considerados os precursores dos atuais efeitos especiais. Seu filme mais importante é também o mais conhecido: “A Viagem à Lua” (Le voyage dans la lune, 1902).
Esse filme foi um grande sucesso sendo assistido por multidões em todas as partes do mundo. Mas em contrapartida não lhe foi tão rentável como poderia ter sido. Pouco deste sucesso traduziu em ganho financeiro para seu criador.
Um dos grandes nomes da história do cinema foi, sem dúvida, Thomas Edison. Em 1891 Edison criou o Cinetoscópio, uma caixa que permitia ver filmes. Um filme perfurado era movido de maneira contínua. Uma pequena lâmpada projetava em um visor as imagens que podiam ser vistas individualmente. No ano seguinte ele construiu um estúdio – Black Maria, onde foram feitos os primeiros testes para criação de filmes. Black Maria era um prédio pintado de preto, tinha uma base giratória e parte do telhado aberto por clarabóias para permitir a entrada da luz do sol utilizada na projeção das imagens. O trabalho mais famoso produzido no Black Maria foi “Kiss”
O cinetoscópio serviu de inspiração para o cinematógrafo dos irmãos Lumière.
FONTE: Setor de Cinema do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa
No próximo artigo continuamos a apresentar aspectos da origem e evolução historiográfica do cinema, entre o final do século XIX a meados do século XX para, ao final, inserir Porto Alegre nesse contexto.