A Varig na década de 70
Quem acompanha as tiras humorísticas do cartunista Iotti, publicadas no Segundo Caderno de Zero Hora, se diverte com a hipotética linha aérea gaudéria batizada por ele de Jaquirana Air, onde espetos de costela assada e chimarrão fazem parte do serviço de bordo.
No início da década de 1970, a Varig – então a maior empresa brasileira de aviação e um orgulho gaúcho por ter nascido em nosso Estado – deu um importante passo no incremento de suas operações dentro do Rio Grande do Sul. Substituiu os antigos aparelhos DC-3, de motores a combustão, por modernos aviões turbo-hélice Avro (na foto menor). Essas aeronaves de 40 lugares foram aproveitadas em linhas que serviam algumas das nossas cidades mais importantes. Uma delas fazia Porto Alegre – Bagé – Livramento, e a outra, Porto Alegre – Santa Maria – Alegrete – Uruguaiana – com voos diários de ida e volta.
O serviço chique prometia drinques, canapés e refeições frias. Foi lançado ainda o Credi-Avro, para financiamento instantâneo no pagamento dos bilhetes para clientes de cartão de crédito. O mais inusitado, no entanto, era o uniforme das oito aeromoças especialmente recrutadas para essa nova fase.
Criado pelo costureiro Nazareth, era um traje gaúcho estilizado, nas cores vermelha, branca e azul, com direito a chapéu e botas. Para comodidade, ao entrar na aeronave, o chapéu de abas largas era substituído por uma vincha1 – ou seja, uma tira de couro que prendia os cabelos. E lá se iam os gaúchos a 430 km/h em seu CTJet.
FONTE: Almanaque Gaúcho do Jornal Zero Hora de 29 de setembro de 2011
1Vincha: termo que identifica um dos itens da indumentária gaúcha, uma fita estreita de pano, ou tento, disposta à cabeça, com a finalidade prender ou sujeitar a abastada cabeleira que os gaúchos de outrora costumavam portar, cabelos estes, muitas vezes, aparados por afiadas facas.
Para saber mais sobre a indumentária gaúcha.