Maria Chorona
A voz de Maria, no final dos anos de 1930, era o único patrimônio de que ela dispunha, e ecoava na esquina da Rua da Praia com a General Câmara. Diante do Café Colombo, ela vendia jornais e bilhetes. O historiador Charles Monteiro, num livro sobre as crônicas de Nilo Rusche e a memória de Porto Alegre, registra: “Maria Chorona representava as mulheres das camadas populares em sua faina diária pelas ruas da cidade, exercendo pequenos ofícios na luta pela sobrevivência. Seu pregão soava como um lamento aos ouvidos de Ruschel, misturando-se à voz de outros vendedores de rua nas noites frias de inverno, testemunhando a difícil condição de vida das mulheres das camadas populares”.
FONTE: Jornal Zero Hora de 11 de julho de 2013.