Francisco Antônio Vieira Caldas Junior

Francisco Antônio Vieira Caldas Junior

Fundador do Correio do Povo, nasceu em Propriá, Sergipe, a 13 de dezembro de 1868. Seu pai, o juiz de direito Francisco Antônio Vieira Caldas, nomeado para a comarca de Santo Antônio da Patrulha, mudou-se com a família para aquela cidade. Ainda menino, Caldas Junior transferiu-se para Porto Alegre, onde concluiu os estudos preparatórios iniciados em Santo Antônio. Com pouco mais de 17 anos se iniciou no jornalismo, trabalhando como revisor e noticiarista do jornal Reforma. Em pouco tempo foi promovido a redator e atuou ao lado de celebridades como Carlos von Koseritz e Antônio Lara da Fontoura Palmeiro, entre outros. Em 1888, por indicação do conselheiro Gaspar da Silveira Martins, Caldas Junior tornou-se diretor do Reforma e se manteve nesse cargo até 1891. Além de dirigir o jornal, no qual deixou traços marcantes de sua personalidade, ele era o revisor dos artigos de Gaspar Martins e de Carlos von Koseritz. Mais tarde assumiu o cargo de redator chefe do Jornal do Commércio onde permaneceu por alguns anos, trabalhando ao lado de Aquiles Porto Alegre e Aurélio Bittencourt.

Impressora Marinoni
Impressora Marinoni

Em 1910, com a compra de uma impressora rotativa a tiragem do Correio aumentou de mil para dez mil exemplares diários, o que barateou os custos de impressão. Em 1920 o Correio assumiu a liderança entre os jornais sul-riograndenses com a tiragem de 20 mil exemplares diários. Liderança que se consolidou na década de 1930, com a criação da Folha da Tarde.

No dia 25 de julho de 1910 não houve edição do Correio do Povo. Na época, o jornal não circulava às segundas-feiras.Correio se moderniza

Com a instalação da Impressora Marinoni, o prédio onde estava instalado o Correio do Povo, sofreu uma série de modificações para modernizar o seu parque gráfico.A ideia da Empresa era dotar o jornal de instalações ainda melhores, proporcionando aos seus auxiliares, ambiente confortável para uma produção eficiente, à altura do desenvolvimento crescente da imprensa no Estado e no país.

Quando surgiu o Correio do Povo em 1º de outubro de 1895, tinha quatro páginas de seis colunas e era impresso numa maquina “Alauzet” simples, que imprimia de 1200 a 1500 exemplares por hora. Em junho de 1897, quando o jornal adquiriu uma máquina nova e aumentou o tamanho, as instalações já eram deficientes. Por isso, em maio de 1899, mudou-se para o sobrado numero 317, da Rua dos Andradas. Nove anos depois surgiu em formato ainda maior. O crescente aumento de matérias fez com que Caldas Júnior, que não poupava esforços no sentido de corresponder às exigências dos leitores, dotasse as oficinas de aparelhamento mais aperfeiçoado. Por isso, o Correio do povo era impresso diariamente em oito páginas, em máquina rotativa Marinoni, de 4 a 5 mil exemplares por hora. Junto com os melhoramentos cresceu o interesse em torno do jornal. Novos colaboradores apreciavam, movimentando as páginas editoriais. O Rio Grande do Sul progredia e o Correio do Povo também.

Novo prédio

Em 1910, Caldas Júnior, proprietário e diretor do Correio do Povo adquiriu por 83:000$ os prédios de ns 138 e 140 da Rua dos Andradas e 79 e 81 da rua 7 de Setembro. A respectiva escritura foi lavrada em notas do cartório do major Octaviano Gonçalves e serviram de intermediários da transação os srs. Ferreira de Almeida & C. Com as despesas de imposto de transmissão de propriedade, escritura, multas e contrato e outras, o valor da transação subiu a 95.000$000. Logo foi feita a mudança dos escritórios e oficinas do Correio do Povo para os prédios de sua propriedade, às ruas dos Andradas e 7 de Setembro. A seção de venda avulsa passou a ficar aberta das 5h às 9h da manhã, achando-se instalada no pavimento térreo da rua 7 de Setembro, nº 79. O Correio do Povo passou a aparecer com seu material tipográfico inteiramente novo. Esse foi o complemento das importantes reformas que foi introduzida nas oficinas, que foram dotadas de aperfeiçoada máquina rotativa Marinoni, com uma tiragem de 24 mil exemplares por hora. Foi a primeira máquina rotativa instalada no Rio Grande do Sul. 

Caldas Junior morreu aos 45 anos de idade, a 9 de abril de 1913. 

FONTES:

– Jornal Correio do Povo de 13/12/2008

-Jornal Correio do Povo de 25/07/2010

– Monteiro, Charles; Porto Alegre e suas escritas – História e memórias da cidade ,1ª Ed., 2006, EDIPUCRS, pg. 50