Das primeiras imagens a criação do cinematógrafo

As primeiras manifestações através de imagens
As Primeiras Imagens

O COMEÇO 

As primeiras manifestações através de imagens são do período em que os homens viviam em pequenos grupos nômades e sobreviviam da pesca, da caça e também das frutas. É dessa época a descoberta do fogo e da utilização de ferramentas como a pedra lascada para fazer armas e utensílios. Vem do começo dos tempos a necessidade de registrar eventos através de pinturas e desenhos. E essa arte foi sendo desenvolvida e aperfeiçoada através dos tempos.

desenho arte rupestre
Arte Rupestre

O homem fazia o registro de seus feitos em desenhos nas paredes das cavernas. Chama-se isso de arte rupestre. São as gravuras, pinturas ou qualquer forma de desenhos feitos pelo homem para representar cenas da pré-história, quando ainda não existia a escrita. Esses tesouros arqueológicos ajudam a compor a cultura daquela época, seus hábitos e experiências.

imagens da vida coletiva - arte rupestre

Mais tarde os temas dessa arte mudam. O homem passou a reproduzir imagens da vida coletiva. A necessidade de recordar os seus feitos produziu o desenvolvimento dessa expressão. Era a maneira utilizada para marcar o tempo e trocar experiências, e era assim que transmitiam mensagens e demonstravam os seus sentimentos. Mais tarde imagens em relevo foram gravadas nas paredes dos templos.

A CÂMARA ESCURA 

No Século XIV Leonardo Da Vinci (Itália) gênio florentino cuja Mona Lisa imortalizou o seu nome nas artes, construiu uma câmara escura, uma caixa fechada, com um orifício e uma lente, para passagem da luz.

câmara escura
Câmara Escura

Esse feito, segundo consta, foi baseado em experimentos atribuídos por alguns historiadores ao chinês Mo Tzu no século V a.C e, por outros, ao filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C). Consta que o filósofo sentado sob uma árvore observou a imagem do sol, em um eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua ao passar seus raios por um pequeno orifício entre as folhas de um plátano. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.

AS SOMBRAS CHINESAS

Nasceram durante a dinastia Han (206 a.C a 220 d.C),  noroeste da China, chegaram a África do Norte do século XIII e à Europa no século XVII.

Teatro de Sombras
Teatro de Sombras

Conhecidas como um precursoras do cinema moderno, as sombras chinesas eram peças teatrais dramáticas compostas por figuras feitas de papel, projetadas numa tela branca. O ator manipulava as figurinhas por trás da tela enquanto cantava o enredo do conto.

A LANTERNA MÁGICA 

Athanasius Kircher
Athanasius Kircher 

O cientista Athanasius Kircher jesuíta alemão, que em 1646 elaborou um teatro catóptrico usando espelhos e a luz do sol, é considerado o primeiro projecionista.

Lanterna Mágica
A Lanterna Mágica

Ele criou a Lanterna Mágica, uma caixa cilíndrica iluminada à vela que ampliava as imagens com o uso de uma lâmina de vidro.

A PERSISTÊNCIA RETINIANA 

O inglês Peter Mark Roget em 1824, relata o fenômeno da persistência retiniana, característica do olho humano de reter uma imagem na retina, por uma fração de segundo, após sua percepção.

Peter Mark Roget
Peter Mark Roget

THAUMATRÓPIO  

Foi apresentado em 1825. Consistia em um disco de papelão onde em um lado havia o desenho de uma gaiola e no outro o de um passarinho. Ao fazê-lo rodar sobre um fio esticado, as duas imagens fundiam-se dando a impressão de que o pássaro estava dentro da gaiola. Os dois lados parecem se combinar graças ao princípio da persistência da visão

Thaumatrópio

O FENACISTOSCÓPIO 


Em 1829 o cientista belga Joseph-Antoine Plateau elaborou uma máquina que fazia uma imagem deformada parecer normal quando vista através de um disco rotante ou obturador.

Joseph-Antoine Plateau

Plateau, em 1832, criou o Fenacistoscópio, apresentando várias figuras de uma mesma pessoa em posições diferentes desenhadas em um disco, de forma que ao girá-lo, elas formavam um movimento.

ZOOTRÓPIO 

Criado em 1834, pelo inglês William George Horner.

Wlliam-George-Horner e o zootrópio
Wlliam George Horner

Um tambor giratório com aberturas na sua circunferência. Na parte interna eram colocadas tiras de papel com imagens, de modo que cada imagem estivesse posicionada do lado oposto a uma abertura. Ao girar o tambor, olhando através das aberturas, assistia-se ao movimento. 

PRAXINOSCÓPIO 

Derivado do zootrópio, o praxinoscópio foi elaborado pelo francês Charles-Émile Reynaud, um perito austríaco especialista em artilharia e balística.

Charles-Émile Reynaud

No centro havia diversos espelhos. Fazendo girar um disco de vidro atrás de uma abertura um obturador produzia imagens móveis projetadas numa tela. 

O Praxinoscópio
O Praxinoscópio

O CINETOSCÓPIO 

Do americano Thomas Edison, era uma espécie de gabinete onde alguns metros de filme passavam por carretéis.

O Cinetoscópio
O Cinetoscópio

A pessoa via por um visor as fotos em movimento. Em 1894 o cinetoscópio foi exibido em Nova York, Londres e Paris. O filme perfurado era projetado em uma pequena tela no interior da máquina e só podia ser visto por uma pessoa de cada vez, através de uma lente de aumento. 

O CINEMATÓGRAFO 

Louis e Auguste Lumière
Louis e Auguste Lumière

Apresentado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, na França, em 1895, o cinematógrafo era um projetor mais completo que o cinetoscópio de Thomas Edison .

cinematógrafo
O Cinematógrafo

Era ao mesmo tempo filmadora, copiadora e projetor. É considerado o primeiro aparelho que reuniu as condições necessárias para realizar o sonho de dar vida ao cinema.

Louis Lumière tornou-se o primeiro cineasta ao realizar documentários em curta metragem: “Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (Empregados deixando a Fábrica Lumière) foi o primeiro e possuía 45 segundos de duração.

FONTE: Setor de Cinema do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa

Clique no link abaixo. No próximo artigo continuamos a apresentar aspectos da origem e evolução historiográfica do cinema, do final do século XIX a meados do século XX para, ao final, inserir Porto Alegre nesse contexto.

Os filmes dos Irmãos Lumière